terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Dia de São Valentim


Para Natália;

Com todo carinho que consegui reunir 
Fiz do primeiro poema uma continuação. 
Ao som de um idioma que pouco entendo 
Lhe acolho com a música do coração. 

Quantas foram as frases trocadas entre nós 
Nesta semana que tudo mudou? 
Quais foram nossas ambições 
Sobre querer amar e ser amado ali? 

E com tanto cuidado tentamos gostar 
E com receio quisemos nos encontrar 
Quando nossos corações já estavam 
Nas mãos um do outro, prontos para ser
 
Ser o que precisavamos 
Ser o que queriamos 
Ser o que sempre fomos, agora unidos

E tentamos entender 
Algo que só é possível sentir 
E tentamos descrever 
Nossas almas unidas pelo amor 

E falhamos 
Pois rios de palavras 
Não são suficientes 
Para expressar o que temos 

E fomos em direção ao desconhecido 
Numa noite de tantos lugares 
Numa noite de tantos olhares 
E fomos seguindo rumo a nós mesmos 

Onde chegamos? 
Que lugar é esse tão cheio? 
Cheio de sentimentos tão bons 
Que lugar é esse?
Que não encontramos antes? 
Que lugar é esse? 
Que nos abriga do mundo.

Como pode existir alguém como você 
Que deixou tudo assim 
Tão leve e tão claro 
Como se jogasse luz às sombras 

Como pode existir alguém assim 
Capaz de mostrar que a vida pode ser mais bela 
Do que eu havia entendido? 

Como pode você 
Com todo esse sorriso, com toda beleza 
Me fazer corar quando penso estar seguro 
Que me faz amar sem entender 

Que me faz ter paz ao saber 
Que tenho esse afeto 
Que me faz pensar em correr 
De encontro ao seu calor 

Que me faz viver 
E me perguntar se é real
Que me faz sonhar
E perguntar se posso voltar

Ao som dessa música
Com perfume das rosas,
Assim proclamo:

Você é sorriso 
Você é beleza 
Você traz paz 
Você é arte 
Você é graça 
E me faz corar, dançar, querer, beijar, amar, te ver, correr e buscar. 

Se for um sonho que não acordemos.
Se for a realidade que vivamos.
Se for amor, que transborde...

Feliz dia de São Valentim!

Com um amor oceânico, 
Do sempre seu, 
Matheus.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cor

Haveria de concordar com a tempestade de palavras colocadas a toa em seu ouvido;

Saber ouvir, ser e olhar. Nem sempre deu certo, nem sempre haverá a serenidade da lagoa sem pedras atiradas, sem ondulações;

E que venha, derrubando meio mundo, destruindo a tudo e a todos, sem revolta. Apenas...para sanar toda a dor que o céu lhe mostrou em inúmeros dias não contabilizados numa outra vida;

Recompor-se, para assim erguer uma muralha intransponível, a ponto de esquecer o que é, e o que deve proteger;

Aparece cor, e esquece quem é.





terça-feira, 26 de novembro de 2013

Naquele lugar



Subimos correndo apressados.
Seria a última vez, os últimos comentários.
A piada foi feita, e rimos imaginando a cena.
Os risos ainda ecoam naquele lugar.

Foi palco de bons momentos.
Dias de chuva e muitos de sol.
Quando a infância estava a um passo de acabar.
Enquanto a amizade permeava, naquele lugar.

Cartas sobre a mesa.
Copos de bebida simples.
E muitos livros a folhear.
Naquele lugar.

As vezes o tempo enganava.
Outras, passava sem pedir licença.
De certa forma, nos divertíamos
Como crianças no balanço, naquele lugar

Sentimos a vida, cada gota dela.
Sem nos darmos conta.
Do cenário em que as histórias eram contadas.
Naquele lugar.

Sorrimos tanto, e amamos mais ainda.
E o que realmente importava
Era o momento.
Aquele momento singular, naquele lugar

Havia muito, e agora tão pouco.
Perdemos a noção do que aconteceu.
E quando percebemos, não mais voltávamos.
Naquele lugar...


domingo, 3 de novembro de 2013

Tarde de domingo


Naquela tarde de domingo, minha visão se perdeu no horizonte da cidade.

Palavras ao vento, como sempre. Como afetam ou modificam memórias, não sei. Saber as vezes dói, e essa coleção de amarguras não está a venda, muito menos a mostra. Tentar adivinhar as vezes cansa. Pensar em todas as possibilidades e considerar as mais remotas, é de deixar louco. Mas sempre esteve por perto. Ruim com, pior sem. Ou não.

Lucidez absoluta torna tudo tão vago e banal. Tão cinza e monótono. É um conforto que desprezo. Aos que a tem, palmas e que se fechem as cortinas para dar lugar ao mundo novo sem formalidades, sem medos.

É mais do que isso. Sempre foi.

Continuamos com essa cegueira confortável.

Alimentamos o vazio de dias tristes e nos apegamos a fatos sem importância. Chamamos atenção, pedimos socorro sem falar, queremos tudo e nada ao mesmo tempo. Humanos, nada mais do que isso.

Ainda que os livros contem nossa história, a parte bela será retratada de maneira sem igual, e as mágoas serão deixadas para trás.

Que os erros aconteçam, e que nos mostrem o caminho de volta a vida.

Naquela tarde de domingo, era o céu quem me fazia companhia, enquanto o sol ia embora com mais um dia

















Que o vento seque nossas lágrimas e o sol nos faça sorrir novamente quando houver adeus.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Outono


Como posso demonstrar sentimentos de outra vida
Vivo sonhos intermináveis que não são meus
O acordar já não remete a normalidade
Em transe absoluto, não tenho a chance de soltar estas amarras

Os olhos que vêem tudo com inocência
Não podem contar meu interesse profano
Sinto que mergulho em um mundo diferente
Outros anseios e temores vem a tona

Ora, qual a razão de tão forte interesse?
Qualidades, sorrisos, demais devaneios
Tantos quanto se pode contar
Tantos quanto posso resistir, e falho...

Momentos poucos que constroem a memória
Mas qual memória? Posso chamá-la de minha?
Porque tão cruel sina veio a me atormentar?
Devo então sucumbir a loucura?
Devo deixar de lado as formalidades?

Receio que a noite chegue
Não posso dormir, não quero sonhar
Sei que outra memória será apagada
E com outro sonho, esquecer quem sou novamente.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Rumo

Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains within the sound of silence


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Por aqueles que choram


Bom, havia muito dele em nós
Mais do que poderíamos imaginar
E voltava a sorrir
Aquele velho saudoso

Nem bem nos levantávamos
E lá estava ele
Com um sorriso maior do que nossas almas
Maior do que suportávamos

Seguimos em frente
Mas como um prisioneiro
Ele nos seguia pela corrente
A mesma que nunca irá se quebrar

Algumas vezes ele não aparecia
Outras, estava lá, parado, esperando
Quando algo nos atingia
Ele nos consolava

Não sabíamos
Nem imaginávamos porque tanto contentamento
Mas o velho sorridente
Estava morto desde seu nascimento.